Em 12 meses, preços nos supermercados chegaram a subir 12,50%
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE, apresentou relativa estabilidade em outubro, com variação de -0,01%. No acumulado de janeiro a outubro, houve elevação de 8,28% e, em 12 meses, a alta nos preços atingiu 12,50%.
Em comparação com 2015, a inflação em 12 meses em outubro de 2015 foi de 8,77%, mantendo sua trajetória de alta de maneira persistente. Já em outubro, houve queda relevante considerando os 12 meses anteriores, quando comparado com setembro, em que o IPS registrava 13,62%.
Conforme explicou o economista Rodrigo Mariano, neste mês a variação do Índice se deve novamente à queda nos preços do feijão e do leite. Há também uma redução nos preços de frutas, legumes e verduras, com variação de -1,72%.
Tiveram queda de 1,52% os itens que compõe o grupo Semielaborados (carnes, leite e cereais), com destaque para o leite (-15,40%) e para o feijão (-11,47%). Ambas estão diretamente relacionadas à retomada da recomposição dos estoques do produto. “No acumulado do ano, a alta do leite foi de 18,23% e, em 12 meses, 16,61%. O feijão, de janeiro a outubro, registrou alta de 89,82% e, em 12 meses, 115,27%. O preço dos semielaborados chegou a subir 12,10% em 12 meses e 9,02% no acumulado”, diz.
Industrializados – Apresentaram ligeira alta de 0,51%. A elevação reflete os preços dos derivados do leite (0,33%) e dos derivados da carne (0,31%). A queda no preço do leite ainda não foi disseminada nos preços dos seus derivados, que têm apresentado preços mais estáveis devido a custos maiores de produção de outros componentes, como energia elétrica e mão-de-obra. Em 12 meses, a alta nos preços dos produtos industrializados foi de 14,50% e, no acumulado, 11,02%.
Produtos In Natura – Tiveram queda de -1,72%. O destaque está nas verduras (-5,66%) diante da retração nos preços da alface (-5,02%), repolho (-21,50%) e couve (-9,22%). Os legumes reduziram os preços em -5,58%, impulsionados pela queda nos preços da cenoura (-15,51%) e da vagem (-40,22%). Em 12 meses, a alta no grupo In Natura foi de 7,97%. No acumulado, a queda foi de -3,48%.
Bebidas alcoólicas – Subiram 2,37%, reflexo da alta da cerveja (2,81%). Em 12 meses os preços subiram 10,83% e, no acumulado, 7,52%. As bebidas não alcoólicas registram alta de 1,64%, principalmente devido ao preço do refrigerante (2,86%). Em 12 meses, alta de 11,01% e, no acumulado, de 8,98%.
Produtos de limpeza – Apresentaram alta de 0,63%, impactados pela queda nos preços do sabão em pó (0,84%). Em 12 meses, a elevação nos preços foi de 12,79% e, no acumulado do ano, 8,91%. Os artigos de higiene e beleza subiram 0,80%, impactados pela queda do sabonete (2,30%). Em 12 meses, a elevação foi de 10,60% e, no acumulado, 6,44%.
Em outubro, as variações negativas estiveram presentes em 35,68% dos itens, de acordo com o índice de difusão (proporção das variações de preços negativas), ficando acima da média para os últimos 24 meses, que é de 34,68%.
“A perspectiva para novembro e dezembro é de ligeira desaceleração nos preços para diversas categorias. Até o fim de 2016 deve haver uma desaceleração no indicador geral de preços, o que tende a contribuir para que o IPS em 2016 fique em torno de 12%”, projeta o economista da APAS, Rodrigo Mariano.
Na avaliação desde a criação do Plano Real, em 1994, o IPS/APAS apresenta variação acumulada de 221,64%, o IPCA/IBGE tem alta de 454,41%, o IPC-FIPE tem aumento de 343,52% e o IPA/FGV tem variação de 635,99%.
A evolução dos preços ao longo dos anos aponta uma elevação mais moderada no setor supermercadista, diante de sua característica de concorrência, em que os ganhos de eficiência e produtividade aliados às constantes negociações junto à indústria, possibilitam preços mais competitivos aos consumidores.
ÍNDICE DE PREÇOS DOS SUPERMERCADOS (IPS/APAS)
OS 10 PRODUTOS QUE APRESENTARAM AS MAIORES VARIAÇÕES NEGATIVAS
OS 10 PRODUTOS QUE APRESENTARAM AS MAIORES VARIAÇÕES POSITIVAS
Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem 1.391 associados, que somam mais de 3.116 lojas.
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